Um suspeito gorgorejar
* Mas o amor surge-lhes e com isso um terível embaraço para ambos. Imaginam-se irmãos, talvez mesmo amigos... [O ser fictício].
* Eu, pontual, compro, regularmente, os jornais, livro-me, organizado, do inútil que eles transportam e não vou ler... [A Revolta das Palavras].
A estátua
Entre velharias
Pelas cinco da manhã
* Confesso que de repente me assustei... [Patologia Social].
* Ora bem faço eu, meu caro, que evito sempre conversas sobre o Direito, não vá a coisa dar para o torto... [comentário a comentário em A Revolta das Palavras].
* Alimento-me de uma pluralidade, seccionando-me em vivências, desdobrando-me em aparências, multiplicando-me em efeitos... [O ser fictício].
Manhã enfim preguiçosa
Hakuna Matata
* Ai de vós, doutores da Lei e fariseus hipócritas, porque sois semelhantes a túmulos caiados... [Patologia Social].
* Eu se não acredito na transmigração das almas, sou um crédulo no símbolo de um acaso... [A Janela do Ocaso].
Um afecto, pelas alminhas!
* José Régio, que se conhece pelo esterótipo ridículo dos seus Cristos e pelas antiguidades, como se fosse a naflatalina da sua própria traça, e de quem há quem se lembre do «Cântico Negro», por causa do modo como o disse o João Vilarett, é um ser complexo e dúbio, sobretudo dilacerado... [O ser fictício].
Recolhido e silencioso
* Morreu desgraçado, condenado ao efémero do deboche, esquecida a grandeza do génio. Não há imbecil que não conheça dele, a despropósito, uma anedota!... [A Janela do Ocaso].
* É que importa mais saber quem manda no operacional DCIAP do que fazer futurologia sobre quem vai ser o próximo habitante do aveludado Palácio de Palmela... [Patologia Social].
O que é, como se não tivesse sido
* Medidas de efectivo combate à corrupção irão ser anunciadas em Abril... [A Revolta das Palavras].
* Na sequência das greves dos ferroviários e sabotagem aos comboios como medida reivindicativa, o Governo determina a utilização do “vagão–fantasma”... [A Janela do Ocaso].
O sol quando nasce é para todos
* Hoje voltei aos meus tempos do liceu em Viseu. Vou esperar aqui em baixo que cheguem os jornais de Lisboa, para que não esgotem. A diferença é que eu estou em Lisboa, são todos em muitos exemplares e eu não sei se ainda tenho a mesma alegria ao trazê-los para o café... [A Janela do Ocaso].
Uma cidade com muralhas
* A mania das estatísticas está na moda. Estamos perante o mercantilista reino da quantidade... [A Revolta das Palavras].
Um zero à direita
* No seu tempo, o CPP que ainda hoje resiste a todos os ministros que quiseram legislar sobre ele, era um tema fracturante. Conseguiram-se todos os consensos políticos e corporativos necessários para o aprovar, à luz do dia, com ampla participação. É preciso dizer mais?... [Patologia Social].
* Num mundo assim, um homem tem muito por onde passear-se. Assim mesmo, reflexamente... [A Janela do Ocaso].
O homem que vivia sentado
* Mas isto é assim? Os da PJ achariam bem serem promovidos em função do número de pessoas que conseguissem fazer condenar? Se isto anda assim, é caso para gritar: ó da Guarda, mas Guarda Republicana, claro está!... [A Revolta das Palavras].
* Eis a ideia: a motivação [fundamentação] das decisões é também uma forma de a magistratura judicial, em regime de auto-controlo encontrar as regras objectivas de experiência e o respeito pela lógica e pelas leis da psicologia judiciária na apreciação das mesmas. Oxalá! Para que haja, enfim, uniformidade de critério, ao menos na aferição da prova... [Patologia Social].
* Mesmo no âmbito do regime instituído pelo mandado de detenção europeu, para ter lugar em Portugal a execução de uma sentença penal estrangeira que imponha uma pena, a mesma não pode deixar de estar dependente da revisão e confirmação... [Patologia Social].Um dia de perder a cabeça
* Anda por aí, pelos corredores das chancelarias, um perfume adocicado no ar, o cio como parte da cortesia política masculina... [A Revolta das Palavras].
É verdade, já são 5 anos depois
* Mimadamente disperso, como diria uma amiga minha, ando a ler a esmo o que os outros já leram há séculos. E ainda por cima não tenho vergonha de o dizer... [A Janela do Ocaso].
* Uma só coisa, neste particular, é uma exigência crucial do Estado de Direito: respeite-se a segurança jurídica, os direitos das pessoas, defina-se um prazo, vários prazos, o que quer que seja, mas estabeleça-se definitivamente que são para cumprir e quando se derem, como se tinham dado, indicações claras de que se trata de prazos máximos, não se consinta, nunca mais, a total falta de respeito que é o fingir que a lei é só para alguns cumprirem... [Cum Grano Salis].
Eu sei que é domingo!
* Um acórdão Relação de Guimãrães de 27.04.06 [relator Ricardo Silva] que agora vi num site que os promete publicar determina que o despacho vulgarmente chamado de homologação da contagem da pena «é um típico despacho de mero expediente!!... [Patologia Social].
* Nós, os que fomos educados nas décadas de cinquenta e sessenta e que tão revoltosos fomos para com o conservadorismo educacional dos nossos pais, que fauna selvática vamos deixar para o amanhã? Não deveríamos ter vergonha na cara?... [A Revolta das Palavras].
* Leio no jornal «Público» de hoje uma notícia que vem intitulada «Dormindo juntos pela fé».... [A Revolta das Palavras].
* Li e perguntei-me, como se a um espelho me visse, reflexamente, que poderia eu mais dizer... [A Janela do Ocaso].
* Ao ver o Marcelo Rebelo de Sousa a afirmar há momentos como é que Marques Mendes e José Sócrates fizeram o favor ao país de tirar a Justiça do fundo em que havia enfim tocado, pensei naqueles magistrados que estão contentes a bater palmas ao pacto e que, ao verem a RTP-1, ficaram agora a saber que se estão, afinal, a vaiar a si próprios!.... [A Revolta das Palavras].
O dia em que o gigante se encolheu
* «Francisco Pinto Balsemão vê-se na contigência de ter enfrentar a concorrência. Ele sabe que basta roubarem-lhe vinte mil leitores e o mundo a seus pés começa a ruir-lhe»... [A Revolta das Palavras].
* «Há muitos que preferem ficar vivos. A sua sobrevivência é a demonstração da sua vitória»... [A Janela do Ocaso].
* De facto, há vidas que não dá para acreditar. A vantagem de se mentir quando, vivendo dúplices, somos sempre o outro, é que as pessoas preferem-nos assim... [O ser fictício].
* «Espanta-me que um governo que claramente entrou numa política agressiva para as magistraturas e ofensiva mesmo para os magistrados tenha, violando habilidosamente as mais elementares regras da democracia parlamentar , conseguido reunir a complacência expectante de quase todos e o entusismo colaboracionista de muitos outros»... [resposta a um comentario no Cum Grano Salis].
Olha o sol que vai nascendo...
* Claro que nesta do pacto o PS comeu o PSD, porque o engenheiro Sócrates é mais hábil que o Dr. Marques Mendes. Apanhou-o a dizer que sim e agora enche a boca a falar no pacto como se fosse só seu. Com todo o respeito e muita vénia por ambas as Excelências, um tem o pacto, o outro fez de pato... [A Revolta das Palavras].
Não era bem isto, mas enfim!
* «Lembrei-me dele esta noite e do sentimento de profundo desapontamento irritado dos meus pais ante a minha tristeza. Acho que já morreu, ou pelo menos matei-o na minha memória, esgotado de ter pena»... [A Janela do Ocaso].
* «Eu deveria estar a dormir, porque à noite estou cansado do dia, ou deveria estar a trabalhar na minha profissão, para me cansar também das noites, ou deveria estar a fazer nada para me cansar de vez, sem ter sequer motivo»... [O Ser Fictício].
* «Uma pessoa como eu abre os jornais e sente-se o ser mais livre da terra, por não ser, não pensar em ser, não querer ser, candidato a nada! E não venham que não se diz desta água não beberei que eu sou mesmo camelo suficiente para morrer à sede»... [A Revolta das Palavras].
* «Ensina-mo a experiência, não há situação mais ridícula, mais estigmatizante e mais veaxtória do que um sujeito, claramente vítima da denúncia de um paranóico litigante ser constituído arguido [para sua defesa!, triste ironia] e logo a seguir automaticamente ser-lhe imposto o TIR, com toda a carga traumática que daí decorre, mormente quando logo a seguir a comunicação social dá conta do facto, apregoando-o aos sete ventos, numa notícia que, raramente é desmentida, quando vem [quantas vezes tão tarde!] o arquivamento ilibador»... [no Cum Grano Salis, a propósito do Anteprojecto do CPP].
Choverá lá fora?
* Vi na passada semana no JL que passariam no dia 2 de Setembro cem anos sobre a data em que nascera Anrique Paço d'Arcos. Em 1993 a Imprensa Nacional editara-lhe as «Poesias Completas», que vai agora republicar... [A Janela do Ocaso].
Sempre a aquecer
* É que a situação é esta: ante uma lei que prevê para certo crime pena superior a cinco anos e julgamento por colectivo, o MP manda que não se aplicará pena superior a tal limite, ordena o julgamento por tribunal singular e o todos obedecem... [Cum Grano Salis].
* Será pior uma verdade prevalente ou várias verdades convenientes?... [comentário a um post/comentário no Cum Grano Salis].
* Dei conta ao reler-me, o que raramente faço, pois nunca tenho tempo: uma pessoa regressa de férias, enfronha-se na profissão, cheio de bons propósitos organisativos, a querer que ela seja apenas uma parte da sua vida, necessária mas que não ultrapasse o suficiente... [A Janela do Ocaso].
Dia de calor
* Há um português adora exprimir-se por meias-palavras, e dizer as coisas graves a meia-voz. É o português que vive a vida social como uma sacristia beata e o exercício da opinião como uma variante do confessionário. Vem isto a propósito dos desempregados... [A Revolta das Palavras].
Hoje regressa a turba motorizada
* No caso dos recursos interlocutórios retidos o TC teve de actuar por mais de uma vez, para cercear o critério purgativo que ameaçava grassar... [Patologia Social].
* Comentemos, pois, a alteração que a Unidade de Missão propõe para o artigo 1º do CPP. Não se diga que é logo embirrar como primeiro artigo. É antes um gesto de boa-vontade cívica... [Cum Grano Salis].
Porque hoje é sábado!
* Acabou «O Independente». Quando surgiu, dizia-se que a redacção era metade a Universidade Católica e metade recrutada no «Frágil», uma boîte in da Lisboa nocturna. Azougado, foi um jornal que pôs a malta nova a ler jornais, coisa nunca antes vista ou alguma vez imaginável... [A Revolta das Palavras].
* Li «O Independente», processei «O Independente», ri-me com «O Independente», irritei-me com «O Independente». Num momento de fúria disse-lhes que aquilo era «jornalismo de pé descalço»... [comentário no Incursões].
* É que tem sido essa a pecha endémica do nosso sistema penal, o ser o palco de uma luta de galos, entre o MP, os juízes, os polícias e os advogados... [no Cum Grano Salis].
* Encontrei o meu caminho, ainda por cima um caminho de legalidade, justificado pelo Direito... [O Ser Fictício].