O tempo real

Gravei esta tarde, pelas quinze horas uma entrevista ao Pedro Rolo Duarte. Ali estávamos os dois, numa tarde quente de quinta-feira, num estúdio da Antena 1. Ele disse-me «bom dia», eu retribui-lhe com um «muito bom dia».
É que a entrevista sairá domingo, pelas onze, e haveria que fingir que estávamos em directo. Fingimos, pois, convictamente.
Chama-se a isto na radiodifusão «tempo real», simular para o ouvinte que o passado está a contecer no seu presente.
Vim a pensar nisto, no espaço virtual desta escrita, no tempo convencional da conversa sobre ela. Resta apenas serem imaginários os leitores de hoje, sonhados os ouvintes de domingo, para estar completo o aparente. A entrevista radica no facto de eu ter quinze blogs. Como os tenho, eu também, em tempo real, quem sabe, domingo talvez sejam dezasseis!