Custa partir

O que prende esta escrita à vida é, afinal, muito pouco. A continuidade destes blogs tem estado tantas vezes ameaçada. Esta noite decidi não mais voltar a escrever aqui. Sei que há sempre quem desvalorize os nossos actos, empobrecendo-os com a dúvida mortal sobre a sua seriedade. Arrisco por isso a minha honra como penhor.
Aprendi o que é a desprezível essência da nossa existência: julgarmos que temos alguma importância. Amanhã nada mudará, porém, no mundo dos outros. Não se trata, portanto, de um grande gesto. Consinta-se-me apenas uma névoa de mágoa pelo que esta escrita poderia ter sido. Afeiçoei-me a ela. Custa partir.